quarta-feira, 2 de março de 2011

Adoração



Já cheguei a escrever um pouco acerca da realidade de alguns ‘períodos de louvor’ nos cultos, mas sinto uma necessidade de tentar explicar e compartilhar um tanto mais do que tem sido gerado no meu coração.
Em vários lugares tem-se pregado a seguinte verdade: o altar não é um lugar onde se toma algo (no sentido de ir buscar), mas é sim lugar de entrega, somos nós que sempre levamos algo. Onde é que os músicos da igreja se posicionam? No altar.
Segundo ponto: Na adoração e no louvor você entoa cânticos com o intuito de entronizar o Senhor, dizendo sobre o que ele tem feito, em gratidão, ou falando sobre Seus atributos e virtudes. A meu ver, a adoração prestada na igreja, seja antes, durante ou após a palavra a ser ministrada, deve conter essa essência: adorar realmente e entronizar a Deus.
Tu és santo, entronizado sobre os louvores de Israel. Sl 22:3
Porém o que acontece na maioria das vezes é uma outra situação e nem mesmo percebemos. Há inúmeros ministérios que lançam novas músicas a todo instante ao redor do mundo. As músicas que mais tem ‘feito sucesso’ são as de cunho emocional. Aquelas que contém verdades bíblicas e conseguem trazer de volta à memória aquilo que nos traz esperança. A igreja se movimenta, chora e canta junto com os cantores não por um ato de adoração mas porque há uma necessidade de repetir que Ele vai fazer o que querem, que vão vencer, vão isso, vão aquilo. É expressão de um desejo pessoal e egoísta e não uma expressão de louvor. As canções não são erradas, o momento em que tem sido empregadas é que é equivocado.
Generalizar me faria inferir no erro, porém a muito tempo não tenho visto ao menos uma canção dessa espécie em meio às 3 ou 4 entoadas em certas reuniões. (De acordo com uma ministração de palavra da Kim Walker – Jesus Culture – os períodos de louvor de sua igreja é de cerca de 1h! Anseio pelo dia que será assim por aqui e isso, tempo de adoração real).
Estive ouvindo uma canção do Santa Geração que diz que “tudo que eu quero com essa canção é Te fazer sorrir”. Outra do Gerson Freire diz “quero ver um sorriso em Teus lábios Senhor quando eu me adentro na sala do trono”. Temos buscado agradar ao Senhor com nossas ministrações? Ou queremos apenas convencê-lo a nos dar o que queremos, como uma criança que antes se achega ao pai querendo agradá-lo para depois pedir algo...
Não é errado nem proibido cantar canções de motivação, incentivo ou despertar da igreja. Creio que o altar não é o lugar mais apropriado. Ouça-as e as cante no carro, em casa, na rua... Os salmos foram feitos todos para serem cantados; há salmos de súplica, de ação de graças, de louvor, de memórias acerca do que Deus é e faz, etc.
Ele é fiel com aqueles que são Seus e com suas gerações desde que criou o homem. Se as promessas Dele foram feitas elas vão sim se cumprir. Se ainda não se cumpriram é porque ainda não é o fim de uma determinada causa. Ele nos ama de uma forma que não podemos compreender de fato. Experimente examinar as letras das canções que você entoa e examine também seu coração, suas motivações. Escolha cantar aquilo que O exalte, aquilo que fale de quem Ele é. Cante canções de entrega, a sua entrega à Ele. Cante e atente para as palavras que saem da sua boca e cante aquilo que é verdade no seu coração e não algo que foi real no coração do compositor apenas e que você canta por achar bonito ou ter aprendido a letra.
Talvez eu não consiga expor a dimensão exata do que esse assunto tem sido em mim. A questão é que tenho sido incomodada. Se não houver uma compreensão e um entendimento particular vindos do Espírito não haverá transformação alguma em quem vier a ler essas palavras. Que o mesmo Espírito que me levou a atentar para essas coisas alcance o seu espírito, em nome de Jesus.
Acima de canções, que a tua e a minha vida cantem a Deus. Mais do que o que pensamos, mais do que o que sai da nossa boca, mais do que aquilo que fomos ensinados a fazer nos cultos ou que meramente se tornou um costume sem vida.

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