quarta-feira, 16 de março de 2011

Juízo mediante a soberba enganosa


O que come não despreze o que não come; e o que não come, não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu. Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Deus para o firmar.
Rm 14: 3 e 4

Duas verdades: a Bíblia contém versículos que fazem parte de um determinado contexto dentro do texto a que fazem parte, e, as interpretações podem ser pessoais, novas e distintas, mediante revelação do Espírito segundo a necessidade de cada coração. Sou contrária a distorções bíblicas que visam benefício próprio, mas mesmo assim, não posso aferir que nunca o fiz.  
Sabe aquela passagem que você já ouviu ou mesmo leu inúmeras vezes, mas que um dia, ao ouvi-la, algo estrala dentro de você e um ‘download’ de compreensão é liberado no reino celestial?
Isso aconteceu comigo hoje em relação aos versículos que iniciam essa postagem. Há princípios de Deus que são irrevogáveis no que diz respeito a uma vida cristão de acordo com a Palavra de Deus, ‘condutas’ inegociáveis. E há particularidades que são impressas pelo temor e amor que não são tão universais a todos os cristãos.
Em especial na área relacional tenho um rigor alto com conduta e atitudes. Vivo a corte como um relacionamento radical e realmente com a essência de ser diferente, não imitando o namoro. Pois bem; não é porque não ‘como carne’ que posso julgar quem come. Ou melhor, não posso julgar como errado ou desprezível pessoas que não vivem nos moldes que vivo, pessoas com realidades diferentes. O entendimento veio hoje, o caminho de volta no conserto e arrependimento é longo...
Aversão é a palavra que traduz o que se instalou no meu coração frente ao diferente. E não preciso lembrar que isso é um sentimento que desagrada a Deus. Me achando certa e santa, acabei como os fariseus! Ai de mim, Aba!
A questão não é aceitar toda conduta diferente da sua como certa aos olhos de Deus. O discernimento da parte do Pai é essencial nesse ponto. Com Deus é sim, sim ou não, não. Não há meio termo. Mas mesmo dentro dos princípios e padrões Dele há certa diversidade. Não temos todos a mesma fisionomia. A criação é diversa e toda ela veio de Deus. Temos chamados, realidade e vidas distintas. Testemunhos edificam mas não ditam modelos únicos; algo que ocorreu com um irmão não ocorrerá necessariamente da mesma forma com outro.
Se a conduta alheia é realmente errada, cabe a nós exortar sim, cumprindo o mandamento bíblico. Mas é Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai. Somente ao Senhor importa o conserto e a retidão da conduta. Quem somos nós pra ditar as regras e limitações da vida de quem nos cerca?
O caminho de volta pra quem, como eu, assumiu o lugar indevido de juiz, é lento e custoso. Não é instantaneamente que meu modo de agir expressará aquilo que no meu espírito eu entendi, mas Deus é sempre fiel e justo pra me segurar pela mão a cada passo que for preciso ser dado.
Em qual área você se diz ter uma conduta exemplar e passou a julgar quem não se enquadra no seu molde? Não é só uma, citei apenas a mais expressiva em mim. É tão fácil nos enchermos de nós mesmos e nos gabarmos de nossa ‘santidade’ repudiando aqueles que não se apresentam tão ‘santos’. Perseverar no erro é prejudicial somente a nós mesmos, uma vez que Deus requererá de nós o sangue derramado ou as feridas causadas nas pessoas atingidas pela nossa dura cerviz.

Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam;
Atos 17:30

Porque, ainda que eu fosse justo, não lhe responderia; antes ao meu Juiz (Deus) pediria misericórdia.
Jó 9:15

Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.
Romanos 3:10



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