domingo, 20 de fevereiro de 2011

Diferença

         É difícil encontrar a palavra que define o que sinto ao compartilhar sobre a realidade da corte com algumas amigas; é engraçado e angustiante. A reação delas é o engraçado. O fato de não compreenderem a essência é angustiante...
         Resumo do tipo "psicologia de lanchonete": Na prática o terapeuta ouve ouve e ouve, não parecendo dizer nada, porque a pessoa só vai compreender o que ela mesma elaborar e disser. Não adinata contar pra ela a resolução do 'problema', é ela quem tem que descobrir a saída do labirinto.A saída só é eficaz quando o sujeito passa por ela.
         Por mais que minha vontade seja sacudir a criatura e dizer como não entendo o fato dela não ver na corte/relacionamento em santidade um padrão estabelecido por Deus para as gerações, sei que se o Espírito não trouxer o entendimento e a motivação de optar por ela, jamais vão experimentar aquilo de que falo (falo, por viver). Seria então puro legalismo - procura aí nos posts passados o texto do Ney Matos sobre isso. E outra, Deus vai nos constrangendo com Sua santidade e Ele mesmo se encarrega de ir imprimindo em nós o temor, e a delimitação de cada corte.
Bem, um dos dias mais 'felizes' que vivi na corte em Deus foi mais ou menos assim:
         Estávamos na estância de tios do Marcelo. Ele havia saído com o tio não me lembro pra quê. A tia, então, veio me pedir pra explicar como é que funcionava 'nosso namoro', uma vez que era estranho pra ela não nos ver abraçados, de mãos dadas ou mesmo do lado um do outro o tempo todo (coisas normais de se ver em casais de namorados - não normais na corte, ao menos não pra mim).
        Minha futura sogra me ajudou a explicar, do jeito dela. Eu queria rir de tudo porque as expressões delas eram de quase indignação. Mas, a tia admitiu que era algo novo e diferente de tudo que ela conhecia, citando até o exemplo de seus filhos, que moravam junto com as namoradas. Ela viu diferença.
         Já escrevi antes que para que o mundo seja despertado pelo nosso testemunho em qualquer área é preciso que as pessoas vejam diferença em nós. Se temos comportamentos semelhantes aos vividos/esperados no mundo não há luz nem sal. Se andássemos como namorados subtraindo apenas os beijos ninguém demostraria estranhamento; uma vez que há casais que não cultivam o hábito de se beijar em público. Ninguém perceberia diferença alguma.

- TOQUE FÍSICO: O toque físico é uma das formas mais fáceis de perceber o amor. Você abraça quem é importante para você? Você gosta de andar de mãos dadas com aqueles que você ama? Você fica feliz ao ver receber um carinho na cabeça, nos cabelos ou nas mãos? Geralmente esta é uma das primeiras formas de comunicar amor que aprendemos. Você já reparou que as crianças amam dar beijos e abraços? Ao fazer isso elas estão dizendo que amam mesmo sem falar nenhuma palavra.  
(Gary Chapman)

          Há inúmeros autores que disseminam a importância/necessidade do toque físico. A meu ver a renúncia entra em cena aqui. Renunciar o alimento emocional e aparente segurança que o toque gera. O sentir-se amado, quando firmado na necessidade de toque, é um ponto que necessita de guarda por parte do cristão.
          Não quero dizer que é proibido abraçar ou andar de mãos dadas. Todo extremismo é patológico. O meu cuidado é na verdade de que toque gera intimidade e intimidade gera intimidade. Para quem se diz em corte a intimidade é sim limitada até o casamento.
          Quando li sobre o assunto e vi os testemunhos dos casais que abriam mão de abraços, cafunés e várias outras coisas que a meu ver, até então, eram simples e não tinham nada demais, eu achei quase um absurdo! Com o tempo e não por acontecer alguma coisa, mas por compreender o que aqueles casais diziam é que fui entender. Tudo para honrar a Deus, não oferecendo a Ele coisas que não me custam. 
           E sou sim feliz. Do nosso jeito nos conhecemos sem máscaras, sem buscar encher nossos tanques emocionais de formas ou no tempo errado.Temos sonhos e planos para o casamento e como marido e mulher sim, seremos eternos namorados em nome de Jesus.

        

Nenhum comentário:

Postar um comentário