quarta-feira, 25 de maio de 2011

Além das palavras


            
Desde o Encontro Profético MCM (semana santa), uma oração em forma de canção, ou melhor, uma declaração, é repetida na minha mente e proferida pelos meus lábios: “Prosseguindo além das palavras em atos de justiça, nós iremos!”
            Tenho pensado muito nisso. Quantos de nós nos enchemos de um discurso fervoroso e animador que fica só nas palavras! Para mim toda palavra dita é um compromisso feito diante de Deus e dos homens. A Bíblia tem várias citações acerca da importância da palavra: ela pode trazer vida ou maldição e como flecha lançada, não retrocede. A questão de orações que suplicam a Deus que envie ‘anjos que recolham palavras no Reino do Espírito’ não será discutida aqui, embora lembrada como real.
            Toda Palavra procede da boca de Deus. Cristo é o verbo que se fez carne. Verbo fala de ação. Deus falou e Cristo agiu, foi. Se somos co-herdeiros com Cristo, adotados como filhos por Deus e temos em Jesus um modelo a ser seguido, nos cabe ser como Ele: agir e ir, ser. Jesus disse para rolarem a pedra do sepulcro de Lázaro, e rolaram. Deus disse ‘haja’ e houve. Deus já escreveu e sabe de todas as coisas, que executemos Seu plano e deixemos de nos (pre)ocuprar em falar e falar. Dele é a palavra!
            Nossa boca é instrumento de profecia e interseção sobre essa terra sim. Mas o que quero trazer com esse post é a necessidade de passarmos, como embaixadores de Cristo, das palavras para a ação, para os atos de justiça. Há tantas palavras e promessas sem vida e que trazem enfado e morte por não serem seguidas de atos.
            De Deus é a palavra, a nós fica o agir. Atos proféticos dizem de nossas ações diante do espiritual; não são apenas palavras proféticas. As palavras são importantes, mas são ineficazes se não houver um ato de cumprimento e justiça.
            Palavras são enganosas e vazias. Quanto ao discurso hipócrita do amor temos:
Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade.
1Jo 3:18
            Nossas palavras tem um poder e uma autoridade contra nós mesmos:
Mas, o que sai da boca, procede do coração, e isso contamina o homem. Mateus 15:18
            Ou a nosso favor:
Assim será a palavra que sair da minha boca: ela não voltará para mim vazia, antes, fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que a enviei. Is 55:11
            Como cristãos, uma das maneiras de expressarmos nosso caráter diante do mundo é através de nossas palavras. O sim sim, não não abrange tanto decisões quanto firmeza no que se diz. É tão simples quanto sério. Vai desde marcar algo com alguém e não ir ou não cumprir a não levar suas próprias palavras a sério, não as honrando. Tanto faz decepcionar alguém? Tanto faz deixar alguém esperando? Tanto faz prometer e se esquecer, ou melhor, ‘orar’ para que a outra pessoa esqueça? Cristo fez ou aprova tais coisas? Quantas coisas falamos em oração com o Próprio Deus e não cumprimos? Apenas nos esquecemos e achamos que vai tudo bem.
            De que vale um belo discurso que firma compromissos e nos dá ares de cristãos ativos e de acordo com o coração do Pai se tudo fica só na linha do visível aos olhos humanos? Nos importa mais deixar claro a outros que ‘estamos pretendendo fazer algo’ ou realmente fazer não pra impressionar ou adquirir aprovação humana, mas simplesmente para cumprir aquilo para o qual fomos chamados em Deus? Tantas questões não é?! Mas espero que elas o levem a ao menos refletir. Você está prosseguindo além das palavras ou ficando preso no limiar delas?
            Você diz que as ‘ações sociais’ precisam ser feitas, mas não me mexe. Você diz se importar com missões e povos não alcançados e não faz nada a respeito. Diz se preocupar com alguém mas não move uma palha para ir atrás dele (‘ pensei em você a semana toda e ia te procurar!’ – o ‘ia’ fica no vago e vasto espaço entre: você apareceu antes de que eu fosse, mas eu ia tá; afirmação egoísta e mentirosa, que visa promover a si mesmo).
Melhor é que não votes do que votares e não cumprires. Ec 5:5
Mais vale não fazer voto, que prometer a não ser fiel à promessa. Ec 5:5
É melhor não prometer nada do que fazer uma promessa e não cumprir. Ec 5:5
            Seja qual for a versão, a mensagem é a mesma.
            É uma árdua tarefa vigiar o cumprimento das nossas palavras, nos custa. Falamos demais e isso traz consequências. Que estejamos prontos a discernir antes de proferir. O ‘amém’ que concorda com o que é dito é importante, pra não dizer ‘perigoso’. Temos concordado com as coisas em Deus conscientemente ou automaticamente?
            Se eu que sou péssima e falha tenho me saturado de ouvir palavras vazias que não produzem vida por não serem manifestas em atos, e atos de justiça, quanto mais o Pai, que sonda corações e ouve todas as coisas. De que valhe a propaganda do que fazemos? Eu escolho fazer sem anúncios, sendo observada  e sondada apenas pelo Pai, o dono dos olhos que realmente importam!


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