sexta-feira, 19 de novembro de 2010

CÔRTE



CÔRTE


O extremismo é uma marca minha. Do ponto de vista psicológico tende à patologia; mas, como tudo que é humano é explicável, a meu ver é um cuidado em obedecer a Cristo no que diz respeito a:
Seja, porém, o vosso falar (e agir): Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna. Mateus 5:37parêntese meu.
Tudo aquilo que é negociável quanto a intensidade, que advém de um ‘jeitinho’ humano, é contrário a Deus. Nada mais que a força do homem na tentativa de sacrificar somente aquilo que lhe convém e tomar apenas a parte da cruz que não fere sua zona de conforto ou coloca em risco suas fontes de suprimento emocional.
Tudo nesse mundo é ambivalente, ou mesmo dialético. Toda afirmação pode ser falsa e/ou verdadeira dependendo do ponto de vista, do sentido que tem/gera em cada pessoa. Mas uma coisa é certa: a Bíblia é uma verdade indiscutível e inescrutável.
Meu coração se alegra ao perceber que Deus tem levantado pessoas de diferentes locais aqui no Brasil e em muitas nações, em uma mesma visão quanto a necessidade de separação e santificação emocional/sexual. Os nomes são variados: Côrte, Relacionamento Radical, Romance à maneira de Deus, Amizade especial, Relacionamento em santidade, etc., mas em essência todos eles convergem para o que está no coração de Deus. Uma chamada a deixar as paixões da mocidade, se abster da prostituição em todos os sentidos do termo, e pagar, render um preço de santificação ao Pai. ‘Namoro cristão ou santo’ é para mim uma terminologia antagônica e infeliz. A corte surge justamente para negar, ir contra o namoro e não deve nem pode ser comparada ou aproximada a ele. Eu estou em corte e me incomoda bastante ser denominada às vezes de “a namorada” do Marcelo.
As minhas posições são claras e firmadas. Me irrita o fato de que o evangelho do benefício próprio tenha chegado nessa área. Ao contrário do que é dito por aí, você não deve se relacionar com alguém nos moldes de santidade visando apenas ter um casamento pleno e abençoado por Deus. Isso é conseqüência e não o foco. O propósito original é seguir o padrão de Deus. É santo para que não haja separação entre Ele e vocês. É santo para que Ele seja exaltado e glorificado. Não é porque vai te fazer mais feliz.
Talvez essa idéia de benefício próprio tenha sido impregnada através de escolhas daqueles que procuravam disseminar a visão. Visando convencer as pessoas a aceitar e viver de acordo com os padrões de Deus, escolheu-se oferecer ‘garantias’ de que se alcançaria a felicidade e a proteção do Pai no casamento; coisa que, quer se admita ou não, todo mortal almeja. Porém a distorção do propósito real não pode prevalecer.
Para que o mundo veja a diferença e consiga perceber o sabor do sal é preciso que haja real diferença no proceder da corte. Quando se notam semelhanças com o namoro não há no mundo o despertar de algo em Deus. Para mim não basta apenas reservar o beijo para o ‘agora sim o noivo pode beijar a noiva’, embora isso seja o que mais ressoe quando se fala em corte.
A proximidade do toque expresso em ficar sempre juntinho ou mantendo algum contato físico constante, quer seja segurando a mão da pessoa ou acariciando braço ou o que quer que seja não cabe na corte. Talvez no noivado e sem fronteiras no casamento. Não é pecado mas pode abrir as portas para o pecado. Proximidade gera intimidade e com o passar do tempo vai se querer cada vez mais. Eu escolhi, não testar meus limites. Se fosse fácil ou agradável à minha carne não seria chamado de ‘preço’ ou ‘renúncia’.
Há uma ilustração bem simples e verdadeira, do Ney e da Júlia Matos (Casa de Davi), que estará no livro “Agora sim o noivo pode beijar a noiva” e que tomei a liberdade de compartilhar aqui:
O primeiro, você trabalha o dia todo, no corre-corre do dia-a-dia e a noite passa em uma lanchonete e pede um enorme e saboroso lanche. Ao chegar este lanche, você se prepara e dá a primeira mordida, porém depois disso chega um homem e diz que você não pode mais comer, como seria isto? Esta mordida teria saciado sua fome, ou teria te instigado a seguir em frente e comer todo o lache?
Vejamos um outro exemplo, você tem dois mil reais e todos os dias passa em frente a concessionária de automóveis olhando aquele carro que você tanto quer, porém o carro custa trinta mil reais. Então, um dia você resolve entrar na concessionária e olhar mais de perto o carro, analisa os pneus, passa a mão na lataria, chegando até a entrar no carro para ver se ele é bom mesmo, porém, você não tem todo dinheiro para comprar o carro, de que adianta? ao entrar no carro e “prová-lo”, supriu sua expectativa em ter o carro?
Assim é o namoro dentro da igreja, você inicia algo que não é permitido terminar. Nossa pergunta é: para que começar então?

Que o Espírito te convença e traga o peso de glória e santidade sobre a sua vida, a fim de que as renúncias sejam feitas em gozo e alegria, em honra e louvor a Deus. E não com pesar de espírito e tristeza. Deus não é um tirano mau. Deus é bom o tempo todo, o tempo todo Deus é bom. Escolha ser santo! Em nome de Jesus, amém.

Porquanto está escrito: Sede santos, porque Eu sou santo. 1 Pedro 1:16

Para conhecer mais sobre a Corte vá às fontes:

Nenhum comentário:

Postar um comentário